Destinos de inverno no Brasil: 10 lugares para curtir o frio

O inverno brasileiro reserva experiências mágicas para quem deseja curtir um friozinho especial. De cidades serranas com clima europeu a paisagens naturais onde pode até gear ou nevar, não faltam destinos de inverno no Brasil capazes de encantar famílias e casais.
Neste guia completo, reunimos 10 lugares imperdíveis para viajar no inverno, com dicas do que fazer em cada destino, incluindo festivais de inverno, gastronomia típica (vinhos, fondues, chocolates quentes) e atrações únicas da estação. E para aproveitar ao máximo cada lugar no seu próprio ritmo, nada melhor do que ter um carro à disposição, garantindo mobilidade e conforto durante a viagem.
Prepare o casaco e venha conferir para onde ir nas próximas férias de julho ou naquele feriado de inverno!
1. Gramado (RS): charme europeu e diversão para a família
Gramado, na Serra Gaúcha do Rio Grande do Sul, desponta como um dos principais destinos de inverno do país. Conhecida como “Suíça brasileira” por sua arquitetura bávara e clima gelado, a cidade fica a cerca de 100 km de Porto Alegre e oferece uma infraestrutura turística excelente. No inverno, as temperaturas em Gramado podem ficar próximas de 0 °C à noite, então prepare-se para tirar muitos casacos do armário!
Por que ir no inverno: Nesta época, Gramado ganha decoração temática e uma atmosfera aconchegante. Em julho e agosto, acontecem eventos como o Festival de Inverno e o famoso Festival de Cinema de Gramado, atraindo visitantes do Brasil todo. As ruas iluminadas da Rua Coberta e da Av. Borges de Medeiros convidam a passeios noturnos com chocolate quente em mãos. Restaurantes servem fondue e vinhos locais, perfeitos para o clima frio. E para quem viaja com crianças (ou ama diversão), a cidade abriga o parque Snowland, primeiro parque de neve indoor da América Latina, onde é possível patinar no gelo, esquiar e brincar na neve artificial mesmo que lá fora não esteja nevando de verdade.
O que fazer: Além de curtir o centrinho e a gastronomia, Gramado tem museus interessantes, fábricas de chocolate para visitar e belos parques. O Lago Negro, com seus pedalinhos e pinheiros importados da Europa, fica especialmente fotogênico envolto pela neblina matinal. Outra pedida é conhecer a charmosa vizinha Canela, a apenas 7 km, onde fica a Cascata do Caracol (cartão-postal da região) e atrações como o Alpen Park e o Skyglass Canela.
Dica extra: O aeroporto mais próximo é Caxias do Sul, a 66 km, mas a maioria dos turistas chega via Porto Alegre (cerca de 2 horas de viagem até Gramado). Vale a pena alugar um carro em Porto Alegre e subir a serra dirigindo, assim você pode parar em vinícolas pelo caminho (a rota passa perto de Bento Gonçalves, na região dos vinhedos) e terá mobilidade para explorar Gramado e Canela no seu ritmo, sem depender de transfers ou excursões.
2. Campos do Jordão (SP): frio na Serra da Mantiqueira com sofisticação
No alto da Serra da Mantiqueira, a 1.628 metros de altitude, Campos do Jordão é o destino de inverno mais famoso do estado de São Paulo. A cidade ostenta o título de mais alta do Brasil e seu estilo alpino encantador lhe rendeu o apelido de “Suíça paulista”. Durante junho e julho, Campos do Jordão vive alta temporada, recebendo milhares de visitantes em busca de clima de montanha, boa gastronomia e paisagens românticas.
Por que ir no inverno: As temperaturas caem bastante (podem chegar a 5 °C ou menos nas noites de julho), criando o cenário ideal para fondues e lareiras. Nessa época ocorre o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, o maior festival de música clássica da América Latina, com concertos e apresentações culturais por toda a cidade, um dos grandes atrativos do inverno local. As praças ficam repletas de flores de inverno e a Vila Capivari (centrinho turístico) ganha vida com turistas aproveitando lojas de chocolate, malharias e cafés. É comum ver pessoas agasalhadas passeando e curtindo o ar gelado com um chocolate quente ou vinho.
O que fazer: Campos oferece atividades para vários perfis. Casais adoram o clima romântico dos bistrôs e hotéis charmosos. Famílias encontram lazer em parques como o Horto Florestal (com trilhas e arvorismo) e divertidos passeios de teleférico até o topo do Morro do Elefante, que proporciona uma vista panorâmica da cidade. Não deixe de visitar o Museu Felícia Leirner, ao ar livre com esculturas, e a Fábrica de Chocolates Araucária. À noite, experimente a culinária local: fondue de queijo ou chocolate, trutas e os famosos chocolates artesanais da região.
Dica extra: Campos do Jordão fica a 180 km da capital paulista (cerca de 3 horas de carro) e a 330 km do Rio de Janeiro. Ir de carro é a forma mais prática para aproveitar a serra – a estrada (Via Dutra e Floriano Rodrigues Pinheiro) é cênica e você pode fazer paradas em mirantes. Com um carro alugado em São Paulo, dá até para esticar o passeio para cidades próximas, como Santo Antônio do Pinhal ou São Bento do Sapucaí, que oferecem vistas incríveis da Mantiqueira e são ótimas para bate-volta.
3. Monte Verde (MG): romance e natureza nas montanhas de Minas
Monte Verde é um distrito montanhoso no extremo sul de Minas Gerais, pertencente ao município de Camanducaia. Com jeitinho de vila europeia, chalés alpinos e ruas de pedra, Monte Verde tornou-se um dos destinos favoritos dos casais no inverno. A vila está a aproximadamente 1.600 metros de altitude, o que significa temperaturas bem baixas na estação – não raramente próximas de 0 °C à noite nos meses de junho e julho.
Por que ir no inverno: O clima frio e a paisagem cercada de araucárias criam um ambiente aconchegante e romântico. Muitos hotéis e pousadas têm lareiras e banheiras de hidromassagem, perfeitos para curtir a dois. Monte Verde oferece aquela atmosfera tranquila de montanha, com direito a neblina ao amanhecer, céu estrelado nas noites claras de inverno e quem sabe até geada cobrindo os gramados ao amanhecer. Pelas ruas do centrinho, casais e famílias passeiam agasalhados, provando delícias como fondue, chocolates e o famoso apfelstrudel (torta de maçã alemã) servido em cafés locais. No mês de julho costuma haver programação especial de inverno, com festivais gastronômicos e musicais que animam a vila.
O que fazer: Durante o dia, Monte Verde agrada também os amantes da natureza e aventura. Há diversas trilhas que partem dos arredores da vila, levando a picos com vistas deslumbrantes da Serra da Mantiqueira, destaque para a Trilha da Pedra Redonda (a mais famosa, de dificuldade moderada) e da Pedra Partida. Para quem gosta de adrenalina, é possível fazer passeios de quadriciclo pelas estradinhas de terra, praticar arvorismo, tirolesa e até patinação no gelo em pistas sazonais. Já o centrinho concentra lojas de malhas, artesanato e produtos locais (geleias, mel, queijos), além de bares e restaurantes. À noite, nada melhor que um fondue de queijo ou chocolate para se aquecer.
Dica extra: Monte Verde não possui rodoviária movimentada nem acesso por grandes vias, então o acesso de carro é fundamental. Saindo de São Paulo são cerca de 165 km (aprox. 2h40 via Rodovia Fernão Dias até Camanducaia, depois 30 km de estrada serrana). Quem vem de longe pode voar até São Paulo ou Campinas e de lá seguir de carro. Alugar um carro dá flexibilidade para conhecer atrativos afastados do centro, as principais trilhas e sítios de aventura ficam fora da área urbana, sendo mais fácil chegar motorizado. Além disso, você pode combinar Monte Verde com uma visita a Campos do Jordão (SP), que fica a aproximadamente 140 km dali, criando um roteiro de inverno com dois destinos famosos em uma única viagem.
4. Petrópolis (RJ): história imperial e clima de montanha na Serra Fluminense
A Região Serrana do Rio de Janeiro também oferece excelentes destinos de inverno, e Petrópolis é a principal referência. Conhecida como “Cidade Imperial” por ter sido a residência de verão da família real brasileira no século XIX, Petrópolis combina um acervo histórico riquíssimo com o clima ameno das montanhas. No inverno, a cidade registra temperaturas agradavelmente frias, noites em torno de 10 °C em julho, bem diferente do calor da capital carioca, que fica a apenas 70 km de distância.
Por que ir no inverno: Petrópolis tem charme o ano todo, mas no inverno ganha um quê especial. A arquitetura dos palacetes e avenidas arborizadas, remanescentes do Brasil Império, parecem ainda mais fotogênicas sob a luz suave dos dias frios. Além disso, é nessa época que acontece a tradicional Bauernfest, a Festa do Colono Alemão, geralmente no final de junho. O evento celebra as raízes germânicas da região com culinária típica (chopes e salsichões!), danças folclóricas e muito strudel, atraindo milhares de visitantes. Inverno também combina com degustar uma boa cerveja artesanal, e Petrópolis abriga a Cervejaria Bohemia, com museu e degustação – um passeio imperdível para os apreciadores.
O que fazer: Um roteiro clássico inclui visitar o Museu Imperial (antigo palácio de Dom Pedro II), o Palácio de Cristal, a bela Catedral de São Pedro de Alcântara e a Casa de Santos Dumont. Caminhar pelo centro histórico é como voltar no tempo, com casarões bem preservados e muita cultura. Para quem busca contato com a natureza, Petrópolis possui parques e trilhas nos arredores, como o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (acesso por Corrêas) e cachoeiras em Itaipava e Secretário. Aliás, Itaipava é um distrito petropolitano famoso por seus hotéis-fazenda e ótima gastronomia, valendo a visita.
Dica extra: Chegar a Petrópolis é fácil: são cerca de 1h15 de viagem partindo do Rio de Janeiro pela BR-040. Estar de carro permite explorar também as cidades vizinhas da serra fluminense. Teresópolis, por exemplo, está a cerca de 50 km e oferece vistas incríveis (como o Dedo de Deus) e a Feirinha do Alto. Já Visconde de Mauá e Nova Friburgo são um pouco mais distantes, mas igualmente encantadoras para quem dispõe de tempo. Se você não possui veículo próprio ou prefere não usar o seu, considere alugar um carro no Rio de Janeiro para fazer esse tour serrano com mais liberdade, as estradas de montanha são cheias de mirantes e pontos interessantes onde você vai querer parar sem preocupação.
5. Visconde de Mauá (RJ): refúgio romântico com cachoeiras na divisa RJ–MG
Na divisa entre Rio de Janeiro e Minas Gerais, escondido na Serra da Mantiqueira, está Visconde de Mauá, um destino perfeito para quem busca tranquilidade, contato com a natureza e aquele frio gostoso de serra. Na verdade, Mauá não é uma cidade única, mas uma região que engloba três vilarejos principais, Visconde de Mauá, Maringá e Maromba, banhados pelo rio Preto e cercados por montanhas e araucárias. O acesso se dá a partir da cidade de Resende (RJ), subindo a serra por cerca de 30 km. A altitude média de 1.200 metros garante um clima ameno o ano inteiro, com invernos friozinhos em que a temperatura pode cair abaixo de 10 °C à noite, às vezes chegando perto de 0 °C nas áreas mais altas.
Por que ir no inverno: Mauá tem uma atmosfera única, rústica e romântica. Durante o inverno, as noites estreladas, o cheiro de lareira das pousadas e o silêncio quebrado apenas pelo som do rio tornam o destino ideal para casais. Várias pousadas oferecem chalés com lareira e ofurô, criando um clima íntimo para curtir a dois. A gastronomia local também brilha, a região é famosa por trutas frescas (peixe de água fria criado ali), pratos com pinhão e fondue, além de produtos artesanais como queijos e chocolates caseiros. Alguns restaurantes e bistrôs em Maringá promovem festivais de fondue e vinho no inverno, agradando os visitantes.
O que fazer: A principal atração de Visconde de Mauá é a natureza exuberante. São inúmeras cachoeiras de águas cristalinas vindas do degelo e das chuvas nas montanhas. Mesmo no frio, vale a pena conhecer a beleza da Cachoeira do Escorrega (a mais famosa, em Maromba), da Cachoeira Santa Clara ou passear pelo Vale do Alcantilado, que possui várias quedas d’água acessíveis por trilha e mirantes com vista panorâmica. Quem não tiver coragem de entrar nas águas geladas pode apreciar as cascatas e depois se aquecer com um bom café. Também há roteiros de turismo rural, visitas a ateliers de arte e lojinhas de produtos locais espalhadas pelos vilarejos. O centrinho de Maringá (que fica metade no lado RJ, metade no lado MG) é onde se concentram restaurantes, bares e lojas, ótimo para passear fim de tarde e à noite.
Dica extra: A região de Mauá é espalhada e sem transporte público interno. Para conhecer todas as cachoeiras e vilas, é essencial estar de carro. A estrada de acesso (RJ-163) tem curvas e subidas, mas é asfaltada até Visconde de Mauá; dali em diante, estradas menores levam a Maringá e Maromba. Um veículo facilita pular de uma atração a outra, além de permitir que você chegue até Itatiaia, onde fica o Parque Nacional do Itatiaia (entrada pelo planalto Itamonte, MG, não muito distante). Se vier de fora, considere alugar um carro nas proximidades (por exemplo, no Rio ou em São Paulo, dependendo de sua rota) para explorar esse pedaço pitoresco da serra com liberdade.
6. Urubici e São Joaquim (SC): frio extremo e paisagens de neve na Serra Catarinense
Quando se fala em inverno rigoroso no Brasil, a Serra Catarinense é referência absoluta. Duas cidades em especial se destacam: Urubici e São Joaquim, ambas localizadas na região mais alta de Santa Catarina, com altitudes entre 1.350 e 1.450 metros. Essas cidades costumam disputar o posto de mais frias do país durante o inverno, e não é raro registrarem temperaturas negativas e episódios de neve e geada forte. Por isso mesmo, tornaram-se destinos muito procurados por viajantes em busca da rara experiência de ver neve no Brasil ou, ao menos, sentir um frio abaixo de zero.
Por que ir no inverno: Em Urubici, a natureza é o grande atrativo. O município abriga cenários deslumbrantes como o Morro da Igreja, de onde se avista a famosa Pedra Furada (uma formação rochosa furada pelo vento), e a Serra do Corvo Branco, com estradas cênicas recortando cânions. No inverno, esses locais ficam cobertos de geada ao amanhecer e, em alguns anos, a neve pinta de branco os campos e pinheiros – um espetáculo para quem nunca viu. Já São Joaquim é conhecida pelas vinícolas de altitude e pelas maçãs: é uma das maiores produtoras de maçã do Brasil. No inverno, os parreirais e pomares estão podados, mas as temperaturas são baixíssimas; a cidade já registrou neve acumulada e temperaturas absolutas em torno de -10 °C nas últimas décadas. O turismo se aquece (apesar do frio) graças à possibilidade de neve: basta uma previsão de frio intenso que viajantes sobem a serra esperançosos de ver os floquinhos caindo.
O que fazer: Em São Joaquim, visite o Parque Nacional da Maçã e prove os vinhos locais, a rota das vinícolas inclui adegas premiadas como Villa Francioni e Leone di Venezia, que oferecem visitas e degustações; um bom vinho tinto combina perfeitamente com a lareira acesa nas noites serranas. Já em Urubici, a aventura é subir até o topo do Morro da Igreja (quando aberto ao público) e conhecer a Cascata do Avencal e outras cachoeiras lindas nos arredores. A região toda possui mirantes e vales de tirar o fôlego, como os cânions do Parque Serra Geral (em Bom Jardim da Serra, próximo dali). Uma atração imperdível é dirigir pela Serra do Rio do Rastro, sinuosa estrada panorâmica com mirantes incríveis, o topo da serra fica em Bom Jardim, a cerca de 70 km de Urubici. No inverno, essa estrada às vezes é fechada por gelo na pista, o que dá a dimensão do frio local. Aproveite também para experimentar a culinária serrana: pratos como entrevero, pinhão na chapa e o chimarrão dos gaúchos (a região faz divisa cultural com o Rio Grande do Sul) ajudam a espantar o frio.
Dica extra: Prepare-se para o frio de verdade, leve agasalhos térmicos, luvas, gorro e use calçados antiderrapantes, pois geadas deixam o solo escorregadio. As atrações são distantes umas das outras, então estar com um carro é fundamental para explorar a Serra Catarinense. As estradas na região são sinuosas; dirija com cuidado, principalmente se houver gelo ou neblina. Viajando de carro (próprio ou alugado) você consegue visitar tanto Urubici quanto São Joaquim numa mesma viagem. Quem vem de longe pode voar até Florianópolis ou Navegantes e pegar a estrada, Urubici fica a ~170 km de Floripa. Alugar um carro em Florianópolis e cair na estrada permite conhecer vários pontos da serra com autonomia, parando onde quiser para apreciar mirantes e, quem sabe, fazer aquele boneco de neve se a sorte ajudar!
7. Bento Gonçalves (RS): rota dos vinhos e lareiras na Serra Gaúcha
Embora Gramado roube a cena quando se fala em inverno no Rio Grande do Sul, a cidade de Bento Gonçalves merece igual destaque, especialmente para os apreciadores de um bom vinho. Localizada na Serra Gaúcha (porém em outra região, a do Vale dos Vinhedos), Bento Gonçalves tem inverno frio e úmido, perfeito para programações bem aconchegantes. A temperatura média em julho gira em torno de 12 °C, mas frequentemente cai para 5 °C ou menos nas noites, então agasalhe-se. O cenário de colinas cobertas de parreirais secos (a poda ocorre no inverno) dá um ar bucólico à paisagem, e a cultura italiana presente na cidade aquece qualquer visitante com muito vinho, massa e lareiras crepitando.
Por que ir no inverno: É a melhor época para desfrutar do enoturismo na região. Bento Gonçalves é a capital brasileira do vinho, com dezenas de vinícolas, cantinas e festas típicas. No inverno, muitos estabelecimentos fazem menus harmonizados, jantares especiais e degustações temáticas, afinal, nada combina mais com o frio do que um tinto encorpado ou um fondue ao lado de uma taça de Merlot local. A cidade também realiza eventos culturais como o Bento Jazz & Wine Festival (misturando música e vinho) e feiras coloniais nos distritos ao redor. Para quem busca romance, há hotéis e pousadas em meio aos vinhedos que oferecem uma experiência intimista, com direito a quartos com lareira e vista para vales cobertos de névoa pela manhã.
O que fazer: O passeio clássico é percorrer o Vale dos Vinhedos, rota que passa por vinícolas renomadas, algumas centenárias, fundadas por imigrantes italianos, como Miolo, Casa Valduga, Aurora, entre outras. Você pode agendar visitas guiadas para conhecer o processo de produção de vinhos e espumantes, e claro, degustar diferentes rótulos. Outro programa imperdível é pegar o tour de Maria Fumaça, um trem a vapor turístico que liga Bento Gonçalves a Garibaldi e Carlos Barbosa. Durante o trajeto, há apresentações italianas, degustação de vinho e espumante e muita animação (é um passeio bem família). No centro da cidade, vale conhecer o Parque Cultural Epopeia Italiana, que conta a história dos imigrantes, e provar a culinária típica nas cantinas, uma sopa de capeletti ou uma polenta cremosa com galeto caem muito bem no clima frio.
Dica extra: Bento Gonçalves está a ~120 km de Porto Alegre (cerca de 2 horas de carro). Assim como Gramado, é recomendável alugar um carro em Porto Alegre ou Caxias do Sul para chegar e se locomover na região. As vinícolas e atrativos ficam espalhados pelos vales vizinhos, então estar de carro facilita conhecer tudo, só lembre de se programar com um motorista se for degustar vinhos durante o dia. Alternativamente, hospede-se em alguma vinícola ou use serviços de transporte local entre degustações. Em todo caso, a liberdade de estar motorizado ajuda também a incluir no roteiro cidades próximas, como Garibaldi (terra do espumante) e Nova Petrópolis (colônia alemã charmosa), ampliando sua viagem de inverno pela Serra Gaúcha.
8. Poços de Caldas (MG): inverno aconchegante com águas termais em Minas
Para uma experiência de inverno diferente, que tal uma cidade famosa por águas termais quentinhas? Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais, é conhecida por suas fontes hidrotermais e clima de montanha moderado. No inverno, a cidade não atinge temperaturas extremas como as serras do Sul, mas faz aquele frio ameno e agradável – mínimas em torno de 8 °C a 12 °C em julho – ideal para relaxar nas famosas termas e curtir festivais culturais. Poços fica numa caldeira vulcânica extinta a 1.200 metros de altitude, o que lhe garante ar puro, belas paisagens e as fontes de água sulfurosa que brotam naturalmente aquecidas.
Por que ir no inverno: A cidade promove anualmente em julho o Festival de Inverno de Poços de Caldas, evento tradicional que enche as praças de atrações musicais, teatro, dança e gastronomia, tudo gratuito. É considerado um dos festivais de inverno mais aconchegantes do Sudeste, com programação para toda família – inclusive atividades para crianças. Além disso, a temporada seca de inverno é ótima para aproveitar os parques e fontes termais. Enquanto lá fora esfria ao entardecer, você pode se aquecer em banhos termais relaxantes nas Thermas Antônio Carlos, um belíssimo balneário em estilo art déco que oferece banhos de imersão, ofurô e SPA. Muitos hotéis na cidade também têm piscinas termais aquecidas, perfeitas para aproveitar sem passar frio.
O que fazer: Poços de Caldas tem um charme vintage de estância hidromineral. Comece pelo centro, visite a fonte dos Amores, a fonte Pedro Botelho e a fontanária na Praça Pedro Sanches para provar a famosa água sulfurosa (tem odor forte, mas propriedades terapêuticas). O Recanto Japonês é um jardinzinho oriental tranquilo para contemplação. Pegue o teleférico até o topo do Morro do Cristo, onde há uma estátua do Cristo Redentor e mirante com vista panorâmica da cidade – leve um agasalho, pois lá venta bastante. Natureza também não falta: a Cachoeira Véu das Noivas é um belo passeio (acessível de carro em poucos minutos do centro), e no Parque da Serra de São Domingos há trilhas e rampas de voo livre. Para as crianças (e adultos nostálgicos), o Zoológico de Poços e o Parque Walter World são opções de lazer. Por fim, não saia sem provar as delícias locais: os famosos doces de leite e queijos mineiros, e o tradicional licor de cacau de Poços, que aquece qualquer um.
Dica extra: Por ser uma cidade de porte médio, Poços de Caldas conta com boa estrutura e até transporte por vans para alguns pontos turísticos, mas a liberdade de estar de carro faz diferença. Algumas atrações ficam em áreas elevadas, o próprio Cristo e as cachoeiras, então dirigir facilita. Se você vem de longe, Poços fica mais ou menos equidistante de São Paulo (~260 km) e Belo Horizonte (~460 km). A maioria dos visitantes chega via São Paulo ou Campinas. Alugar um carro em São Paulo ou Campinas e pegar a Rodovia Anhanguera / SP-344 é uma boa pedida para uma road trip de inverno, aproveitando para conhecer outras estâncias no caminho, como Águas de Lindóia e Caldas (já em Minas).
9. Curitiba (PR): cultura e parques na capital das Araucárias
Nem só de pequenas cidades vive o turismo de inverno, Curitiba, capital do Paraná, é prova disso. Conhecida por suas baixas temperaturas e clima semelhante ao europeu, Curitiba é carinhosamente chamada de “cidade das araucárias” (as típicas árvores do sul do Brasil) e oferece um misto de atrações culturais, gastronômicas e naturais que brilham especialmente no frio. No inverno, a cidade já registrou geadas e temperaturas próximas de 0 °C, embora geralmente fique em torno de 8 °C a 15 °C. Além do clima, o estilo urbanístico e os parques cheios de pinheiros conferem um ar acolhedor à capital paranaense nessa época.
Por que ir no inverno: Curitiba se destaca por sua vida cultural. Em julho costuma ocorrer o Festival de Inverno de Curitiba, com eventos de música, cinema e arte espalhados pela cidade. Também é uma ótima época para visitar os diversos museus e espaços culturais curitibanos sem pressa, já que os dias frios convidam a passeios urbanos. A gastronomia local se adapta ao frio com barreado, polenta, cafés coloniais e, claro, muitas cervejas artesanais, a cidade tem uma cena forte de cervejarias. Outro atrativo de inverno é a famosa Feira do Largo da Ordem (aos domingos), que no clima frio fica mais agradável para garimpar artesanato tomando um quentão (bebida típica de inverno feita com vinho ou cachaça e especiarias). E vale lembrar: inverno em Curitiba também significa menor volume de chuvas, então os parques e ruas ficam mais secos para aproveitar.
O que fazer: Visite o Jardim Botânico, cartão-postal curitibano, cujas estufas e jardins geométricos rendem belas fotos nas manhãs frescas. Explore o Museu Oscar Niemeyer (Museu do Olho) e seu acervo de arte moderna. Passeie pelo histórico bairro de São Francisco e Centro Cívico, admirando construções como o Paço da Liberdade. Nos parques, não perca a Ópera de Arame e a Pedreira Paulo Leminski, estruturas únicas integradas à natureza – e o Parque Tanguá, com mirantes lindos especialmente ao pôr do sol. Curitiba possui vários bosques temáticos também (Bosque Alemão, Bosque do Papa, etc.) que rendem caminhadas revigorantes no clima frio. À noite, aproveite o Batel, bairro nobre repleto de restaurantes e pubs aconchegantes, muitos em casarões históricos, oferecendo desde fondues e culinária italiana até pratos típicos ucranianos/poloneses herdados dos imigrantes da região.
Dica extra: A capital paranaense tem transporte público eficiente, mas se você quiser conhecer regiões metropolitanas ou fazer bate-volta próximos, um carro será útil. Nos arredores de Curitiba há passeios incríveis como a estrada da Graciosa (caminho antigo para o litoral, belíssimo, que desce a serra com vista e mata atlântica, porém atenção: pode ter neblina forte no inverno) e a cidade histórica de Morretes, famosa pelo barreado. Também dá para ir até a Serra do Mar e o Parque Estadual de Vila Velha (com formações rochosas impressionantes, a 90 km). Com um carro alugado em Curitiba, essas escapadas ficam muito mais fáceis de realizar conforme sua programação, sem depender de excursões.
10. Chapada dos Veadeiros (GO): inverno de Céu Azul e Cachoeiras no centro-oeste
Para fechar a lista, um destino de inverno um pouco diferente: a Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Aqui o atrativo não é o frio intenso ou estilo europeu, e sim as condições climáticas perfeitas que o inverno proporciona para ecoturismo e aventura. Nos meses de junho e julho, a Chapada vive a estação seca, com dias de sol, céu límpido e praticamente nenhuma chuva, o que é ótimo para explorar trilhas, rios e cachoeiras. As temperaturas ficam agradáveis: quentes durante o dia (25–28 °C) e frescas à noite (em torno de 15 °C, podendo cair mais em altitudes elevadas), ou seja, você curte natureza sem o incômodo do calor extremo ou das chuvas de verão.
Por que ir no inverno: É a melhor época do ano para conhecer as maravilhas da Chapada dos Veadeiros com segurança. As cachoeiras estão com volume de água ideal (no auge das cheias, algumas trilhas fecham por risco; no inverno isso não ocorre). O clima seco garante trilhas menos escorregadias e acesso a locais que no verão seriam difíceis. Além disso, o céu do planalto central nessa época é incrivelmente estrelado, perfeito para observação astronômica e fotografia noturna, já que a região é famosa pelo misticismo e pela beleza do firmamento sem poluição luminosa. Outro ponto alto de ir no meio do ano é que muitas flores do cerrado começam a desabrochar após o período das queimadas controladas, tingindo a paisagem de cores sobre o dourado da vegetação seca.
O que fazer: A Chapada dos Veadeiros abrange vários municípios, mas os principais pontos de apoio são Alto Paraíso de Goiás e a Vila de São Jorge. A partir deles você acessa atrações espetaculares como a Cachoeira de Santa Bárbara (em Cavalcante, famosa pelas águas azul-turquesa, uma das mais bonitas do Brasil), a Catarata dos Couros, o complexo de cachoeiras Almécegas e Cordovil, o Vale da Lua (formações rochosas intrigantes esculpidas pelo rio) e inúmeros outros saltos d’água cristalinos. Reserve também um tempo para percorrer trilhas dentro do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, que protegem cânions e cachoeiras intocados, no inverno, todas as trilhas do parque ficam abertas e acessíveis. Entre uma aventura e outra, aproveite o clima seco para fazer piqueniques em mirantes naturais e recuperar as energias em pequenos restaurantes das vilas, que servem pratos goianos caseiros deliciosos.
Dica extra: Diferente dos destinos serranos, aqui o enfoque não é gastronomia ou vida urbana, mas sim logística e autonomia. Muitos atrativos da Chapada ficam em áreas remotas, com estradas de terra e acesso limitado. Por isso, estar de carro é praticamente imprescindível, idealmente um veículo alto, como SUV, para encarar caminhos irregulares. A partir de Brasília (a capital federal está a ~230 km de Alto Paraíso) você pode alugar um carro e seguir viagem.
Chegando lá, o carro permite que você vá de uma cachoeira a outra livremente, já que não há transporte público eficaz dentro da região turística. Vá preparado com GPS offline ou mapas, muita água e protetor solar para as trilhas. Com planejamento e um automóvel à disposição, sua viagem pela Chapada dos Veadeiros no inverno será repleta de aventura segura e paisagens inesquecíveis.
FAQ: Perguntas Frequentes sobre Viagens de Inverno no Brasil
Qual é a cidade mais fria do Brasil?
Oficialmente, a cidade conhecida por registrar as temperaturas mais baixas do Brasil é Urupema, em Santa Catarina. Situada na Serra Catarinense, a 1.335 metros de altitude, Urupema frequentemente marca temperaturas abaixo de 0 °C nas madrugadas de inverno. Já houve registros próximos de -8 °C na cidade em 2025, e fenômenos como sincelo (quando a neblina congela e forma cristais de gelo nas superfícies) ocorrem todo ano. Outras cidades muito frias incluem São Joaquim (SC) e Urubici (SC), além de Bom Jardim da Serra (SC), todas na mesma região serrana. No Sudeste, Campos do Jordão (SP) e Monte Verde (MG) estão entre as mais frias, mas ainda assim não chegam aos extremos de temperatura das serras do Sul.
Qual o melhor destino de inverno no Brasil?
Isso depende do tipo de experiência que você busca, mas Gramado (RS) costuma ser apontada como o destino de inverno mais completo e popular do Brasil. A cidade combina charme europeu, inúmeras atrações para todas as idades, excelente rede hoteleira e eventos especiais na estação, não é à toa que lidera rankings e pesquisas de preferência. Campos do Jordão (SP) também é um fortíssimo candidato, especialmente para quem está na Região Sudeste, oferecendo aquele clima de montanha sofisticado pertinho de São Paulo.
Agora, se o objetivo é realmente sentir frio abaixo de zero e quem sabe ver neve, os “melhores” seriam os destinos da Serra Catarinense (como Urubici/São Joaquim) pelo fator climático. Por fim, Curitiba (PR) merece menção se você prefere uma cidade grande com programação cultural e ainda assim clima de inverno. Em resumo: Gramado para um pacote completo turístico, Campos do Jordão para romantismo e badalação pertinho de SP, Serra Catarinense para frio extremo e natureza, Curitiba para cultura urbana no inverno, qualquer um desses pode ser o melhor, dependendo do viajante.
Que cuidados ter ao viajar no inverno pelo Brasil?
Antes de tudo, acompanhe a previsão do tempo do destino escolhido, no Brasil as condições podem variar muito. Leve roupas adequadas: mesmo que nosso inverno não seja rigoroso em todos os lugares, é importante ter um bom agasalho, segunda pele térmica nas regiões mais frias, além de luvas, gorro e cachecol se for para locais de possível geada/neve.
Também proteja a pele com hidratante e lábios com protetor labial, pois o ar frio e seco pode ressecar. Se for dirigir em regiões serranas, redobre a atenção: de manhã cedo pode haver neblina densa e até gelo na pista em locais como Serra Catarinense, dirija devagar e, se possível, evite estradas muito sinuosas à noite. Em destinos de natureza (Chapadas, serras), leve calçados fechados e aderentes para trilhas escorregadias e uma capa de chuva leve na mochila, já que o tempo pode mudar rapidamente.
Por fim, planeje logística e reservas com antecedência: cidades populares de inverno ficam lotadas em julho, então reserve hotel e carro alugado com bastante antecedência para garantir melhores preços e disponibilidade. Com esses cuidados, você viajará seguro e confortável, pronto para aproveitar o melhor do inverno brasileiro!
Garanta seu carro com a Foco e explore o inverno no seu ritmo
O Brasil, país conhecido pelo sol e calor tropicais, também revela um lado aconchegante e surpreendente durante o inverno. Dos festivais culturais nas serras mineiras e fluminenses às paisagens geladas do Sul, passando por experiências únicas como banhos termais em Minas ou trilhas sob o céu azul do cerrado, opções não faltam para quem quer viajar entre junho e agosto.
Escolha um (ou mais!) desses destinos de inverno no Brasil e prepare-se para viver momentos memoráveis, seja tomando um chocolate quente em Gramado, admirando a vista nas montanhas de Campos do Jordão, degustando vinhos em Bento Gonçalves ou caminhando em meio à natureza exuberante da Chapada dos Veadeiros.
E lembre-se: para ter conforto e autonomia total na sua viagem, conte com a facilidade de alugar um carro na Foco, assim você explora cada destino no seu ritmo, sem preocupações com transporte. Boa viagem e bom inverno!